20 abril 2011

Colagem 1

Linhas-terrA

Diversospapéis-folhaseca-plásticolaminado-nanquim.
Tudo isso sobre papel cartão.

Em 2011.

10 abril 2011

Bolhas

Primeiro, as bolhas de Cecília Meireles:

Olha a bolha d'água no galho!
Olha o orvalho!
Olha a bolha de vinho na rolha!

Olha a bolha!

Olha a bolha na mão que trabalha!

Olha a bolha de sabão na ponta da palha:
brilha, espelha e se espalha
Olha a bolha!
Olha a bolha que molha a mão do menino:
A bolha da chuva da calha!


Agora, as minhas bolhas:





Descansem!

07 abril 2011

Majestosa

no Jardim do CAC

E ainda tem gente que não sabe ver o valor de uma árvore...
Cuidem dos seus jardins!

06 abril 2011

Um pouco de leveza

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Escutar,
             flutuar,
                        desligar,
                                     dançar,
            
                   voltar,
                                                       ir denovo.


                                                                                                                    Feche seus olhos.


05 abril 2011

Olhos abertos e língua ácida

     Eu estou lendo um livro: Morte e Vida de Grandes Cidades, de Jane Jacobs. Esse livro foi escrito, 1961, com o objetivo de criticar o modelo de urbanização e reurbanização que acontecia na época, (e acredito que não mudou tanto assim de lá pra cá). Ela faleceu em 2006, mas suas convicções e pensamentos continuam atuais. Serei, aqui, mais uma contribuinte para a propagação das idéias dela, as quais, em muitos momentos, concordo plenamente.
   Ela era norte-americana e por isso suas críticas vão diretamente aos modelos de cidade moderna de lá. Porém, como essa forma de pensar, planejar e desenhar a cidade não se restringiu aos EUA, podemos transpôr suas críticas a vários exemplos pelo mundo todo.
     Como Jacobs era jornalista, a linguagem que usa é bastante acessível e clara, além de, no caso desse livro, ser bem ácida.
    Sem mais, segue um trecho do livro para que vocês possam apreciar, refletir e, na melhor das hipóteses, levar as críticas ao seus contextos. Essa é uma boa maneira de abrir um pouco mais os olhos para os problemas urbanos que fazem parte do nosso dia-a-dia.

     "Há um mito nostálgico de que bastaria termos dinheiro suficiente - a cifra geralmente citada fica em torno de uma centena de bilhões de dólares - para erradicar todos os nossos cortiços em dez anos, reverter a decadência dos grandes bolsões apagados e monótonos que foram os subúrbios de ontem e de anteontem, fixar a classe média itinerante e o capital circulante de seus impostos e talvez até solucionar o problema do trânsito.
    Mas veja só o que construímos com os primeiros vários bilhões: conjuntos habitacionais de baixa renda que se tornaram núcleos de delinqüência, vandalismo e desesperança social generalizada, piores do que os cortiços que pretendiam substituir; conjuntos habitacionais de renda média que são verdadeiros monumentos à monotonia e à padronização, fechados a qualquer tipo de exuberância ou vivacidade da vida urbana; conjuntos habitacionais de luxo que atenuam sua vacuidade, ou tentam atenuá-la, com uma vulgaridade insípida; centros culturais incapazes de comportar uma boa livraria; centros cívicos evitados por todos, exceto desocupados, que têm menos opções de lazer do que as outras pessoas; centros comerciais que são fracas imitações das lojas de rede suburbanas padronizadas; passeios públicos que vão do nada a lugar nenhum e nos quais não há gente passeando; vias expressas que evisceram as grandes cidades. Isso não é reurbanizar as cidades, é saqueá-las."

     As decisões governamentais (ainda) devem ser reflexo do desejo do povo. Para isso, é preciso que treinemos nosso olhar para tentar entender tudo o que acontece ao nosso redor. As cidades vão sendo construídas e transformadas por nossas ações. Nossas. Não é justo nem sensato deixarmos que a responsabilidade de decidir o que queremos ou não que aconteça com ela, esteja nas mãos de poucos que não representam. de fato, a maioria.
      Há uma passagem do livro 'Franceses, mais um Esforço se Quiserdes Ser Republicanos', do Marquês de Sade que fala:
           
      "Sem nada diminuir da legítima confiança que nós concedemos aos nossos Mandatários, exigimos deles, no entanto, que se vejam apenas como indivíduos unicamente encarregados de apresentar-nos ideias; só nós devemos formular nossas leis, seu único trabalho é no-las propor. Que as leis projetadas sejam-nos sobretudo apresentadas em detalhe..."

        Olhem, observem e pensem. É a única maneira de melhorar.


Até breve!

ps: tentarei ativar de vez esse blog.